Bolsonaro chega à PF para depoimentos simultâneos sobre caso das joias


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou à sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, por volta das 10h50, desta quinta-feira (31).

A Polícia Federal (PF) marcou para as 11h, de forma simultânea, o depoimento de Bolsonaro, da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e de uma série de aliados de Bolsonaro sobre o caso das joias sauditas.

Também prestarão depoimento:

Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência da República e advogado de Jair Bolsonaro
Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro
General Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid
Frederick Wassef, advogado de Jair Bolsonaro
Tenente Osmar Crivelatti, ex-assessor da Presidência da República
Coronel Marcelo Câmara, ex-assessor da Presidência da República

A concomitância tem o objetivo de evitar que os depoentes combinem versões para os questionamentos dos policiais.

O advogado Frederick Wassef chegou à sede da Polícia Federal (PF), em São Paulo, também por volta das 10h50.

O tenente-coronel Mauro Cid, preso desde maio, chegou à PF por volta das 9h da manhã.
Veja: Defesa de Bolsonaro questionará PF sobre lei que cita acervo presidencial privado

A PF quer saber de onde partiu a ideia para vender as joias e relógios recebidos de presente da Arábia Saudita, para quem foram vendidos, e como foi o processo de recompra e retorno de alguns itens para o Brasil.

Em outra investigação, em abril, a PF adotou o mesmo método de depoimentos simultâneos ao ouvir um grupo de nove militares que apareceram em imagens de dentro do Palácio do Planalto, no dia dos ataques de 8 de janeiro.

Uma das questões que devem ser feitas ao ex-presidente Bolsonaro, de acordo com apuração da CNN, é sobre se ele deu uma ordem expressa para que Mauro Cid vendesse no exterior o relógio Rolex, posteriormente recomprado pelo advogado Frederick Wassef.

A PF também procurará saber se o ex-presidente pediu para que outros presentes vindos de autoridades da Arábia Saudita fossem vendidos no exterior.

Além disso, o ex-chefe do Executivo deve ser questionado se recebeu dinheiro vivo pela venda dos itens.

A estratégia da PF foi recebida no entorno de Bolsonaro como uma espécie de “acareação” disfarçada.

Em conversas reservadas, o ex-presidente tem dito que confia em Mauro Cid e não acredita que o ex-ajudante de ordens vá de fato embarcar num plano de delação, apesar da colaboração cada vez mais estreita do ex-auxiliar com a Polícia Federal.
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Ele aparece em mensagens encontradas no celular do ex-ajudante de ordens Mauro Cid — base da operação da PF deste mês e cujo desdobramento principal se dá nesta quinta-feira (31), com o depoimento de oito investigados. Dourado é assessor especial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Os investigadores querem saber o quanto que Dourado sabia do esquema de extravio de joias e se participou ativamente de envio delas para fora do Brasil.

Segundo fontes da PF, as suspeitas partem da trama que envolve um dos conjuntos de joias extraviados do Brasil ainda em 2022 – aquele que, segundo a PF, continha uma escultura de uma palmeira e um barco de ouro recebidos por Bolsonaro durante viagem ao Bahrein.

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